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Matérias - 28/05/2018 | 12h11m

Iniciativa garante ensino da história e cultura da África

Brasília
“Quem destrói o caráter do outro, destrói o seu próprio.” É com provérbios africanos como esse que o pedagogo Marcos Reis, 43 anos, costuma abrir suas aulas diariamente.

“Começo a aula com uma frase do dia que mostra que temos que viver como irmãos e superar todas as desigualdades e preconceitos. E isso acontece durante todo o ano”, explicou Reis que leciona para turmas de 4º e 5º ano do ensino fundamental numa escola da Ceilândia, periferia do Distrito Federal.

Nascido em Brasília, Marcos está em sala de aula há 23 anos e nesse período, se tornou referência no desenvolvimento de projetos de combate ao preconceito racial e à promoção da diversidade étnica na escola. Pelo trabalho desenvolvido, Marcos foi agraciado com o Prêmio Educar para a Igualdade Racial, organizado pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert).

Ao contrário de outras práticas escolares que focam apenas em datas oficiais como o Dia da Abolição da Escravatura, em 13 de maio, ou o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, Marcos tenta refletir com as crianças todos os dias sobre a história africana e indígena, além de orientar sobre formas de combate ao bullying e ao racismo através de diferentes atividades em sala de aula, como a elaboração de biografias de personalidades negras.