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Editorial - 11/11/2015 | 17h22m

O preço do silêncio

Vivemos num país, onde cada coisa - principalmente nos órgãos públicos - tem seu valor. Cada silêncio adquirido - muitas vezes – ocorrem às custas de ofertas de cargos, carimbos, dinheiro, discrição, anonimato e até mandatos, etc e tal, que correspondem a um mergulho na corrupção, no submundo e no respirar politiqueiro e viu à altura do padrão de cada envolvido nos tão conhecidos esquemas, que movem a sociedade brasileira.

 

Analisando mais próximo, lembro muitos registros de alguns políticos ditos conscientes da realidade, que os Tribunais de Contas dos Estados são de fato: DE CONTAS! Que na prática nada fiscalizam de nada às custas de milhões desviados dos cofres de prefeituras e Câmaras Municipais de Vereadores.

 

No caminho, servidores são levados na marola das facilidades oferecidas por prefeitos e vereadores (os “VOSSA EXCELÊNCIA” de terno e gravata) na contramão do DIREITO dos cidadãos trabalhadores, vítimas do investimento de cada centavo dos impostos pagos ao sistema tributário vigente.

 

E haja dinheiro marola abaixo! Olhando mais próximo ainda, no município de Barra Mansa (RJ), quantos milhões de verbas foram enviados pelo governo federal para o sistema de Educação da prefeitura? Quiçá do governo estadual?

 

Desde janeiro de 2013, servidores da Educação vivem com salários à míngua. Contracheque, o RH da prefeitura não entrega no dia do pagamento. Demoram semanas e mais semanas na marola e na enganação, empurrando a data para o mês seguinte ou próximo ao mesmo.

 

Professores/REGENTES vivem o descaso dos salários. Desde janeiro de 2013, o prefeito Jonas Marins (PCdoB) não dá reajuste à categoria. Contratos são feitos aos agregados e mesmo sem rumo em muitas escolas e sem pedagogia alguma para os mais novos, a prefeitura não cumpre a missão nem a secretaria municipal de Educação!

 

Em muitas escolas municipais faltam professores/regentes desde o início do ano. Tudo com conivência e vista grossa dos diretores e adjuntos, que atualmente brigam com o SEPE para permanecer nos cargos sem obrigatoriedade de horário nas funções; sem provar mensalmente as verbas que a escola recebe e seu destino; na postura de assédio moral contra os servidores; com rede de internet no padrão “particular” sob o escudo falso do brasão político do Brasil: “TUDO PELA EDUCAÇÃO” e “SOMOS UMA COMUNIDADE ESCOLAR”!

 

No dia-a-dia, a então secretária municipal de Educação, Lusia Melchíades deixa de legado, que um dia e faz tempo foi uma grande diretora da rede. Foi. Não é. Virou política partidária. Deixa de legado, que um dia podia ser uma grande secretária municipal de Educação, o que não é. Deixa marca somente para seus afilhados e não são poucos, que ganham seus contracheques sob sua orientação para o prefeito. Na lista dos apadrinhados, parentes mais próximos, vizinhos, professores de quando era diretora e afetos do passado na Educação municipal.

 

Na marola, a coisa pública se arrasta e as escolas seguem no mesmo arrastão: diretores com escolas endividadas vão dando o “cano” nos fornecedores; professores ganhando REGÊNCIA de diretores sem ser legalmente profissional “regente”; diretores (as) com processos administrativos “engavetados” no jurídico da prefeitura por desvio de verbas e improbidade administrativa continuam mesmo assim, com outras funções e os devidos salários, tudo com conivência da secretaria municipal de Educação, equipe, cooperação do prefeito e vereadores.

 

No misto da realidade, alunos (menores) vão sumindo para o mundo das drogas. Do outro lado, famílias também aderem à marola. Turma com 22 alunos desde fevereiro de 2015 tem apenas 9 ou 8 freqüentando, porque estudando de fato é outra realidade!

 

Outra origem também é o rumo das eleições para diretores das escolas municipais de Barra Mansa (RJ). Na lei assinada pelo prefeito Jonas Marins (PCdoB), votada e aprovada por 19 vereadores em regime de urgência para que a prefeitura recebesse verba para a Educação de valor não divulgado pelo Executivo, o pleito seria em outubro, o que o prefeito não cumpriu até o momento nem tem pretensões de fazê-lo diante das eleições de 2016, onde pretende continuar “na marola das verbas públicas com os seus por mais 48 meses” sem fiscalização alguma nem autoridade para frear esse estado de caos!.

 

Se o cargo for trocado, os sucessores hoje anunciados por algumas mídias vão pegar o barco e mantê-lo na mesma marola haja a hereditariedade das famílias, patrimônio e enriquecimento às custas dos cofres públicos na contramão do desenvolvimento do município de mais de CENTO E CINQUENTA ANOS.

 

E muitas instituições de classes vão na mesma situação com seus presidentes e diretorias: investem nas campanhas hoje para ter o retorno no mandato a partir de 1º de janeiro de 2017. E haja dinheiro nesse esquema! Investem e investem pesado mesmo!.

 

Se o prefeito Jonas Marins (PCdoB) não cumpre lei, que assina e manda publicar; se não concede aumento ou reajuste para servidores da Educação; se não paga cursos de qualificação profissional para professores/regentes nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática (pós-graduação); se salas de aulas continuam sem profissionais no fechamento do ano letivo; se direção das escolas municipais não têm verba para pagar fornecedores; se diários de classe ficam amontoados nas escolas com folhas totalmente EM BRANCO com conteúdo das matérias, freqüência e notas; se faltam orientadores educacionais e pedagógicos nas unidades e se não se presta conta de cada centavo, que chega à EDUCAÇÃO ficam aqui perguntas como:

 

Quanto custa o silêncio de cada envolvido, que assina documento oficial nessa história toda?

 

Quanto custa o silêncio das licenças sindicais, que o prefeito e somente ele tem o direito de ofertar para os sindicatos (dos Servidores e do SEPE) para se ter agregado de tamanha estrutura (R$) mensal sem fiscalização alguma?

 

Quanto custa o silêncio de deixar diretores sem eleição nos cargos e não cumprir uma lei, que o próprio punho assinou?

 

Quanto custa o silêncio para alimentar tamanho esquema numa cidade de quase 200 mil habitantes?

 

Quanto custa o silêncio para manipular a mídia?

 

Quanto custa o silêncio para manipular partidos políticos da base da campanha de 2012?

 

Quanto custa o silêncio do subdesenvolvimento da cidade, da Educação, da Saúde, dos cofres públicos, da assinatura de cada autoridade e dos seus?

 

E nessa marola de argumentos sem argumentos, a administração pública segue sem rumo, sem prumo nem destino.

 

Que as ruas abandonadas da extensão territorial do município façam valer outras palavras.

 

Por agora é o que basta.

 

Eliete Fonseca – Jornalista Profissional – Registro MTb. 18.902